9.6.08

NÃO PODEMOS ESPERAR MAIS

Vários povos guerreiros que conquistaram o mundo, aventuraram-se a ir mais além do que todas as vozes diziam, e pensamentos previam... enfim desde cedo existiu sempre alguém que quis despropositadamente fazer história, apenas lutar pelos seus ideais, pelas suas ambições, muitas vezes movidos por interesses bárbaros, mas que contribuíram para o que hoje nós somos. É interessante verificar que esses povos tiveram os seus momentos de glória, deram lugar a outros, e assim sucessivamente, mas o mais importante é verificar que Portugal fez parte deste leque de povos que contribuíram determinantemente para abrir as portas para novos avanços neste pequeno Mundo, com a coragem, determinação, trabalho, esforço, dedicação, e um pouco da necessária inconsciência de querer ir mais além. Nesse tempo o que os Portugueses fizeram mais nenhum povo do mundo ocidental se atreveu a realizar (os espanhóis foram seguidores…), custando a vida a muitos dos nossos antepassados, custando a vida aquele que ainda hoje esperamos que nos venham salvar...., mas que hoje sem o facilitismo da ilusão sabemos que já não podemos esperar. A GERAÇÃO DO PÓS 25 ABRIL, é a única esperança de um país, que não pode esperar que Portugal progrida economicamente pelo acção de um Rei desaparecido que tema em não aparecer, esse esforço tem que partir de uma população de jovens com vontade de vencer, inconformistas, rebeldes, lutadores, trabalhadores…. OS VERDADEIROS SEBASTIÕES!

O DESESPERO DIÁRIO

Eis o que uma simples medida poderia beneficiar os milhares de portugueses que todos os dias desesperam para entrar em Lisboa. Aliás podíamos falar em várias medidas, sem recurso ao velho truque do não dá, vamos estudar, neste momento não há verbas, é o problema do deficit orçamental, Portugal é um país sem recurso para proporcionar qualidade de vida ao seus habitantes, enfim mas lá vamos tendo as obras mégalomanas, algumas indiscutivelmente necessárias mas outras que dariam "pano para mangas.

Pois bem e que tal a Câmara de Lisboa estudar...uhm esta palavra por vezes sai muito cara para os contribuintes, e que tal implementar uma medida que possa repartir o fluxo de entrada dos veículos na cidade. Seria do agrado de todos, dos mandriões, dos madrugadores, dos “transitofóbicos” (todos nós!), possivelmente dos patrões e dos grupos sindicais.

Cada empresa repartia o horário de entrada dos seus colaboradores por um período entre as 8.00 e as 11.00 horas. Podendo o horário de entrada entre os colaboradores ser rotativo. Para os colaboradores teriam a mais-valia de poderem adaptar melhor as suas necessidades fisiológicas ao seu trabalho, os patrões poderiam obter um maior ganho de produtividade dos seus colaboradores, a teoria comprova que o primeiro pilar de motivação dos trabalhadores é a plena satisfação das suas necessidades fisiológicas. Claro que está implícito que quem entrasse mais tarde teria que sair mais tarde assegurando sempre o cumprimento mínimo das 8 horas de trabalho, e pelo menos de 3 horas de trabalho no período da manhã. Os grupos sindicais viriam os seus fieis contribuidores mais felizes sem terem que se degladiarem com o Governo.

Enfim, esta poderá ser apenas uma das micro medidas que poderiam ser implementadas por um período, verificar os seus reflexos na melhoria do congestionamento nas horas de ponta e de seguida utilizar como modelo a adoptar.

Que outras medidas imediatas podem ser implementadas?

CIRQUE DU SAINT BENEDICTE

A todos aqueles que não tiveram a oportunidade de ir ao Cirque du Soleil, não desanimem…

Senhores e senhoras, meninos e meninas o Cirque du Saint Benedicte veio para ficar. São 230 artistas e mais uma numerosa equipa de assistentes (vulgos técnicos de montagem), assessores (vulgos maquilhadores) e secretariado (pessoal das bilheteiras e logística).

Embora a sua origem centenária e os ideais dos seus fundadores serem meras miragens, de 4 em 4 anos o espectáculo revitaliza-se, sendo considerado por muitos não como o novo Circo, mas sim como o último grito das “artes circenses”. Neste espectáculo encontram-se alguns dos mais extraordinários palhaços sem graça, mas genuinamente não conseguem deixar de o serem. Os animais têm sido bem tratados, 10 vezes o ordenado mínimo alimenta a mais domesticada e alheada das feras, fora os biscoitos do saco azul pelas suas boas actuações, ou a possibilidade de assistir ao exclusivo número de dinossauros. Os números de malabarismo são diversificados e criativos principalmente com o tocar dos tambores orçamentais. Irão encontrar os melhores mágicos, pela perfeição com que transformam problemas sérios de uma sociedade na mais curriqueira conversa de café.

Venham assistir aos espectáculos diários, ou às imperdíveis matinés mensais, obrigatório a todos aqueles que pretendem assistir ao culminar de um trabalho de entretenimento árduo.

A entrada é gratuita, condição única proporcionada pelo malfadado patrocínio da EuTuNósTodos – IRS, S.A.

Publicidade gratuita uma oferta especial Eixo Trivial

9.2.08

Pura adrenalina às portas do Inferno


Miguel Barreira autor da fotografia ganhou o 3.º prémio na categoria de Sport Action, do reconhecido "world press photo" captando, tal como o próprio afirma uma situação quase demoníaca, em que o bodyboarder, Jaime Jesus, desaparece durante alguns segundos, uma eternidade na verdade onde a linha que separou o heroísmo do desastre foi muito ténue.

A foto transborda um misto da mais pura adrenalina no exercício fanático de um desporto, e simultaneamente um mergulhar em tantos outros sentimentos que nos prendem e nos fazem apreciar a brutalidade da natureza vs fragilidade do Homem.

Para visualizar a grande vencedora e as restantes fotos de 2007, no site http://www.worldpressphoto.org/ encontrarão tudo, vale mesmo a pena dar uma olhada.

31.1.08

De que te vais mascarar!

Este ano não fujo à regra e já decidi que me vou mascarar, já encomendei uma blaser preto, uma t-shirt preta, umas calças pretas e por fim uma boina preta...pois os mais distraídos pensaram este gajo vai se mascarar de cigano! Nah, na terça-feira de Carnaval vou falar um fuck you de português e vou investir todas as minhas poupanças na bolsa e por um dia esperar sentir-me milionário. Enfim vou ser por um dia aquele que muitos consideraram personagem do ano em Portugal.

Com todo o respeito e admiração.

A pena de morte existe...em Portugal

A conversa é sempre a mesma, tudo se faz para diminuir as tristes listas de espera dos milhares de portugueses que necessitam de ser operados e que não têm recursos para recorrerem aos hospitais privados. Mas a conversa já enjoa tudo se mantém, mas se o problema deve-se à falta de recursos humanos, instalações ou de meios financeiros, há sempre uma solução mais barata que recorrer aos hospitais privados portugueses, mas se calhar pouco conveniente aos lobis...

O turismo hospitalar tem crescido, destacando-se em países como a Tailândia, Indonésia e Índia, que além de oferecerem o tratamento médico bastante menos dispendioso do que o que se pode obter nas clínicas privadas portuguesas, apostam na qualidade de vida do paciente durante e no pós tratamento.

Esses tratamentos médicos são feitos em hospitais que são verdadeiros hotéis, muitas vezes combinados com programas de lazer, além de contarem com uma equipa médica dedicada ao paciente, que normalmente é tratado de forma quase exclusiva, o paciente passa a ser ‘cuidado’ ao invés de ‘tratado’ e o equilíbrio emocional é tido como elemento indispensável. É certo que a presença de pelo menos um familiar, sempre que possível, é um factor importante durante todo o processo de cura, mas isso também não é um problema, só a estada durante uma semana nestes países é tão caro como uma noite numa clínica privada.

Bem sei que em muitas situações em que o período de recuperação é mais prolongado, este tipo de "remédio" não será o mais indicado, pois a distância dos familiares acaba sempre por prejudicar emocionalmente o paciente ou porque não é sustentável essa situação mas se analisarmos a quantidade de casos que estão em listas de espera não compreendem as situações mais graves...vá lá é uma questão de bom senso, coisa rara nas mentes de quem impera.

A solução não é cara, ainda mais com o crescente mercado das viagens low-cost é um forte contributo para que o governo comece a analisar esta solução, acabando com as eternas listas de espera que eleição após eleição serve sempre de bandeira para o Sr. que se segue.

Lá fora principalmente nos EUA e em alguns países europeus as seguradoras recorrem a esta solução para diminuir a despesa, e estou certo que cá podia resolver e acima de tudo fazer com deixem de sofrer todos os portugueses que anos após anos vêm as suas operações adiadas, perdendo a esperança, e sendo sentenciados pelo próprio SNS a uma dissimulada e emocionalmente destrutiva pena de morte...

11.1.08

Lá fora és o maior, cá dentro...!

Os portugueses que emigram ou trazem fortuna, são considerados trabalhadores exemplares, tornam-se cientistas de renome, são os melhores futebolistas do mundo.....temos um vencedor de um prémio Nobel que prefere viver longe do seu país Natal e antigos primeiros ministros que decidem abraçar carreiras de sucesso indo lá para fora. E o nosso actual governante torna-se numa referência como líder no contexto europeu. Estranho principalmente em relação a estes últimos cá dentro nunca foram os maiores, bem pelo contrário e em relação aos primeiros certamente seriam mais uns entre tantos outros.

Mas afinal que mal o nosso país sofre, será que está enfeitiçado... e não é capaz de premiar os melhores, e tornar a sua população activa em trabalhadores exemplares (inclui-se políticos e primeiros-ministros), futebolistas em Péles, ou cientistas em Einsteins. Não na verdade todos sabemos as razões mas todos nós que por cá andamos mais vale vivermos felizes e pensar afinal este país tem tudo o que os outros lá de fora apreciam; bom tempo, boa comida, muitas praias, mulheres e homens bonitos afinal é preciso pedir mais?

10.1.08

Última hora: Beijing, localização do novo aeroporto!

Desde miúdos que sempre gozámos com os chineses por terem os olhos em bico, serem amarelos e pobres almas são sempre os vilões. Com o amadurecimento lá vamos arranjando outros estereótipos, enfim...para o bem e para o mal eles estão na boca do mundo. Desta forma os nossos governantes bem podiam por os olhos neste povo e na sua economia que com todos os seus paradigmas cresce ferozmente. É certo que o seu crescimento pode ser muito contestado mas em alguns aspectos vale a pena aprender com eles! Mas cuidado que o nosso governante não se entusiasme, pinóquio com olhos em bico nunca fez parte do imaginário do futuro desta nação.

A China vai apresentar ao mundo uma das principais obras para as Olimpíadas 2008: o novo aeroporto de Pequim, da autoria de Norman Foster. O maior e mais seguro terminal aeroportuário do mundo terá capacidade para receber 43 milhões de passageiros, obviamente que esta capacidade poderá duplicar, aliás faz parte daquilo que se caracteriza por desenvolvimento de projectos com visão estratégica. Mas o mais surpreendente é o tempo que levou a construir 4 anos, repito, 4 anos.

Só contando com o tempo de decisão, reflexão e todas as tretas que quisermos chamar o actual governo demorou metade do tempo (acreditando que o recente anúncio é para ser levado a sério), friso sem contabilizando com os mais de 30 anos do jogo do empata entre o FCRosa e o FCLaranja.

Mas o que me assusta é o tempo que se espera que demorará a construir aproximadamente 8/9 anos , e se tivermos em conta o túnel do Metro da Praça do Comércio, a A2, as obras do Rossio ou tantas outras obras que se têm feito por aí talvez daqui a uns 20 anos virá nas capas dos jornais com pompa e circunstância o mais pequeno aeroporto de uma capital acaba de ser construído.


Enfim será que é preciso tanto tempo para construir algo, bem mais pequeno e que outros fazem em metade do tempo, ou não será mais um aproveitamento para se irem fazendo alterações ao projecto, com a justificação que o fluxo aéreo inesperadamente começou a crescer a taxas que ninguém podia prever e para isso em vez de 6 biliões a factura duplique... Mas isso também não será problema pois como sempre cá estaremos para pagar, por mais que os cães ladrem (ou não ladrem) a caravana não deixará de passar.

22.12.07

As INdecisões políticas... histórias de embalar

Era uma vez no final dos anos 60 quando uma ideia interessante, visionária e polémica (como qualquer boa ideia) começa-se a desenhar num país pouco habituado a pensar estrategicamente, que não gosta de conceber planos de desenvolvimento a 20 anos, crescendo à mercê do senhor que se segue e dos seus tentáculos.

A construção de um novo aeroporto passa a ser desde então conversa "para quebrar o gelo" entre os governantes do nosso país. Uma panóplia de estudos têm sido realizados ao longo destes últimos 40 anos, várias alternativas são analisadas, as vantagens e desvantagens são exaustivamente estudadas, enfim 40 anos depois, o que se pode esperar a melhor decisão já devia ter sido encontrada.

Pois bem, o actual governo no auge da sua criatividade, e dado que o plano tecnológico é apenas e só um plano, encontra a solução para impulsionar economicamente o país, decide que está na hora de tomar uma decisão, é premente a construção do novo aeroporto. É feito o anúncio publicamente e quando todos pensávamos que enfim todas as alternativas tinham sido analisadas, e pelos vistos o governo também, com toda a pompa e circunstância é anunciado a OTA como futura localização do aeroporto.

Desde aí uma facção dos tentáculos acorda e desencadeiam um novo calvário, a final mais estudos são necessários, a OTA não parece ser a melhor solução - da qual concordo plenamente - mas o que é triste é a descredibilização do anúncio, o refúgio por parte do governo que a decisão será política, la palice uma decisão de um político é uma decisão política....Nah, pois não estamos a falar na defesa de valores da nação, do cumprimento com obrigações assumidas. A afectação de biliões de euros do bolso dos portugueses num investimento público não pode ser uma decisão política, deve ser uma decisão de um governo responsável, com exclusivo interesse na defesa do bem comum, que sirva os interesses económicos e sociais do país e da maioria dos seus cidadãos e que não seja mais um fardo que teremos que pagar.

Como pode ser política uma decisão que é suportada por 48 CD´s com estudos técnicos desenvolvidos desde à 40 anos. Só podem andar a brincar com a malta, primeiro com todos aqueles que realizaram os estudos mas acima de tudo com os portugueses, a decisão tem que ser técnica, com uma avaliação do rácio custo/benefício onde se enquadrem todos os factores desde custo de construção, impactos ambientais, ganhos turísticos e tantos outros facilmente quantificáveis.

Anunciou-se a OTA, hoje fala-se de Alcochete, Montijo, Portela+1, de mentes visionárias já li Portela + 17, enfim que de forma íntegra decidam e façam. O crescimento faz-se andando para frente ainda mais quando o caminho é fácil de desenhar, não como o governo nos quer fazer pensar.

27.11.07

Onde está o €€€.€€€.€€€.€€€

Sempre que em Portugal existiu uma entrada ou um excedente de fundos, provenientes da galinha de ovos de ouro da UE, das privatizações, ou dos raros anos de superavit para que fim estas somas avultadas de dinheiro foram utilizados, que estado próspero foi criado, qual o benefício para a sociedade portuguesa, a final onde pára tanto dinheiro? Será que esta debaixo do colchão da cama ministerial de São Bento? Da cama dos boys? Da cama dos pseudo empreendedores que brotam como cogumelos quando se falam em fundos de apoio ao investimento? Ou será que Portugal está nas mãos de piratas sem escrúpulos, que saqueiam o nosso dinheiro e o escondem algures numa ilha deserta... daquelas que constam das últimas páginas do código fiscal.

16.11.07

Porra pá os fiscó fugitivos até tem razão!

Segundo o secretário de estado dos assuntos fiscais a fraude fiscal abrange também as grandes empresas algo que deveras me surpreende...onde está a moral dos nossos notáveis CFO´s, o sentido de responsabilidade, o interesse em cumprir com as obrigações em quanto entidade privada num regime democrático, enfim tudo bull shits ou até não!

A fuga ao fisco, quer seja pela gestão fiscal, pela esperteza saloia ou por qualquer outra forma/razão/argumento são reprováveis, mas se observarmos bem é a única forma (moralmente injusta bem sei) de distribuição de riqueza com retornos significativos, em primeiro lugar, para todos aqueles que a fazem, mas também para a sociedade civil em geral. Será que as grandes empresas não investem esses quantias em projectos com potencial de crescimento e de valorização elevado, empregando pessoas, criando valor acrescentado. Ou até mesmo os portugueses singulares com a sua propensão para o consumo será que não gastarão esse dinheiro de uma forma mais democrática e distribuída. O principal argumento daqueles que praticam este desporto com mais adeptos que o futebol, baseia-se num facto com que todos nós concordamos, o péssimo uso por parte dos sucessivos governos do dinheiro proveniente dos impostos. Colocando Portugal ano após ano na cauda da Europa com tendência para consolidarmos a nossa posição no final do ranking. Daí que o maior combate à evasão fiscal por parte do governo deveria começar por si, dando o exemplo, aplicando de uma forma sensata e eficiente as receitas que obtém. Quer seja pela eficiente manutenção dos serviços públicos quer pelo investimento em projectos cujo os termos de decisão se prendam pela máximo retorno obtido, apresentem os menores custos e que sejam importantes para o desenvolvimento do nosso país e não por meras e duvidosas decisões políticas. Enfim acaba por ser na sua forma mais pura o sistema a funcionar.

29.10.07

"Sabonete" o segredo do sucesso

O seguinte título "O sabonete português preferido pelas estrelas de Hollywood" de um artigo publicado num reconhecido jornal, suscitou de imediato a minha atenção. Primeiro porque é cada vez mais frequente ouvir falar do sucesso de empresas portuguesas no estrangeiro, mas acima de tudo pela preferência das tão glamourosas estrelas de Hollywood pelos nossos sabonetes... E isso sim é feito, pois nem a Correia do Norte, o Afeganistão ou a Colômbia conseguiram penetrar com tamanho vigor neste mercado super exigente e elitista. Estamos no caminho certo, e se por uma vez considerarmos um argumento de um Economista, neste caso David Ricardo, que defendeu que cada nação deve produzir exclusivamente os bens para os quais apresenta uma vantagem competitiva, então talvez na produção de haxixe é que Portugal terá que apostar. Esqueçamos Porter e o seu relatório, com a produção de vinho, madeira, cortiça ou mesmo turismo, não vamos lá.

Enfim depois de ler o primeiro parágrafo, o desalento absorveu o meu entusiasmo inicial, afinal os sabonetes são apenas para uso na nossa higiene diária. E lá estamos nós a ter sucesso fora de portas com produtos para a casa-de-banho e afins. O caso Renova com os famosos rolos de papel higiénico pretos, agora os sabonetes da marca "Claus Porto", enfim o que se seguirá.... talvez um piaçaba eléctrico, ou melhor, já que esta na moda, uma pequena central (incorporada na sanita) para geração de bioenergia ! É certo que com esta última teríamos novamente sucesso junto das estrelas de Hollywood, pois esta revelam uma "sui generis" preferência por tudo o que é amigo do ambiente...

Este exemplo entre outros são reveladores que as empresas portuguesas conseguem (se o quiserem) alcançar notoriedade no estrangeiro, basta para isso ter criatividade, ousadia e apetência pelo risco. O sucesso não é exclusivo da inovação tecnológica, da aposta nos negócios da moda, do recurso a fundos públicos, o sucesso faz-se da materialização das boas ideias.

A marca "Claus Porto" é propriedade da empresa ACH. BRITO & CO. Lda, que com todo o mérito exporta os seus produtos para um número diversificado de países, sendo as suas receitas provenientes essencialmente das exportações (feito raro em Portugal). Para conhecerem um pouco melhor esta empresa e os seus sucessos vão a http://www.clausporto.com/.

Por último, muitos parabéns a todas as empresas e empresários que patrioticamente operam em Portugal, ou que de forma inteligente emigraram para construir verdadeiros impérios.

24.10.07

O senhor dos BCP`s

A indústria cinematográfica nacional lamenta-se pela fraca adesão dos espectadores portugueses, e é verdade contra factos não há argumentos, os números comprovam, a opinião dos portugueses é reveladora, enfim não nos podemos conformar é necessário analisar, estudar e solucionar o problema. Se os outros conseguem porque é que nós não, e não falo apenas da indústria hollywoodesca. Em França consome-se maioritariamente filmes franceses, na Nigéria a economia cinéfila tem crescido significativamente, no Afeganistão...

Pois bem, nos últimos tempos tenho dedicado arduamente o meu tempo a analisar esta temática (na sua essência o tempo que levei a escrever este post). E após profunda investigação, desvendei a fórmula para resolver o problema. Para lançarmos a indústria cinematográfica nacional é preciso fazê-lo com estilo, apresentar um argumento arrebatador mas populista. Essencialmente fazer aquilo que as nossas televisões melhor sabem, mas sendo mais perspicazes, devemos copiar dissimuladamente (isto dos direitos de autor é uma roubalheira) um argumento de sucesso dos bifes adaptado à nossa realidade. Fácil não é, e mais ainda quando a nossa sociedade preenche-nos de boas fontes de inspiração, ora vejamos um actual exemplo.

A saga BCP. Tal como o original o pano de fundo da história vai-se revelando ao longo dos filmes. A história tem início milhares de anos antes, quando o senhor dos aneís (BCP´s), o maléfico Sauron (Jargon) com as suas capacidades sobre-naturais ascende ao poder. E blá, blá (o mal necessário de modo a perfazer os 90 minutos - um dos ingredientes fundamentais para o sucesso). E continuando o enredo que interessa... existe um anel (BCP) que é tomado por uma criatura "desprezível" chamada Sméagol (Patepi), Este descobre que o BCP lhe confere poderes extraordinários e que através destes pode praticar actos "maliciosos". Após a realização de tão horripilantes actuações, Patepi entrega o BCP a Frodo (Finhal) e discretamente, desaparece da festa, partindo para descansar e escrever canções. Esse grande feito chama a atenção de Jargon a criatura maligna e poderosa que vinha reunindo forças para dominar cegamente tudo e todos. E aí começa a conceber o plano para a destruição do BCP, nomeando e reforçando os poderes da sua comitiva (Conselho de Supervisão). Durante o percurso de destruição ocorrem batalhas onde o valor e a coragem de cada um são postos à prova, através de intermináveis provas de honra, lealdade e coragem.

Por último deixo um desafio descubram as diferenças (parecem mesmo siameses):

Glossário: Jargon - Jardim Gonçalves; Patepi - Paulo Teixeira Pinto; Finhal - Filipe Pinhal

21.10.07

Porreiro pá...


Ia mano, esta cena do tratado foi porreira. A gaja...aquela tipa... a Angela Merkel é pá até tem cabeça....


Pois bem Sócrates saiu-se bem na fotografia, foi o anfitrião do óbvio e inevitável, mais uma vez é um orgulho para a nação...


Esta semana assistimos à maior ménage pública de que há memória. O evento com o apoio incondicional do Casino de Lisboa, decorreu no novo pólo de diversão da capital, mais especificamente no recente espaço nocturno do grupo "Calor da Noite, SGPS" a boitê "Utopia". Neste notável acontecimento marcaram presença 63 aficcionados da modalidade. No final de intensas horas da mais alta diversão, o anúncio surge ... é desta que o puto foi feito. O primeiro choro do bebé torto que custou a conceber será dado em Lisboa. No dia 13 de Dezembro lá estará o nosso sortudo primeiro-ministro, conhecido no meio pela barriga de aluguer da UE, que honradamente e para orgulho da nossa nação irá aguentar as horas complicadas. As contracções serão muitas, o apelo à força e o vá vá lá tá quase... a cabeça já está de fora... não faltarão...mas no final esperemos que os 4 (aliás 27 mais o avôzinho) sejam os pais mais babados do velho Continente. Façamos figas, pois esperemos que o bebé não morra à nascença.

17.10.07

O Nosso Eixo do Mal


Há um homem que nutre um especial afecto por Portugal, com perseverança esforça-se por defender a nossa nação e nós cegamente o criticamos e não apoiamos as suas actuações.

Já passaram alguns anos desde que o carismático presidente dos EUA anunciou a existência de um eixo do mal e Portugal não entendeu que esta mensagem era exclusivamente do seu interesse. Desde, o comum português até ao mais atento e perspicaz comentador (algo que em Portugal se multiplica devido à idade avançada dos nossos políticos), poderão sempre argumentar que não é fácil interpretar os seus discursos distantes da realidade, nos quais faz uso de metáforas, códigos e de uma semântica apenas perceptíveis aos iluminados, mas é verdade o eixo existe e está bem presente.

Contra quem, contra o quê, que tipo de armas de destruição massiva é que Portugal e mais especificamente as empresas nacionais terão que enfrentar. De seguida, passo a identificar estes pseudo-terroristas que ameaçam a nação portuguesa, procedendo à sua análise com especial enfoque no tecido empresarial.

Crise do Sub-prime

O sub-prime é um tipo de crédito habitação que se destina a pessoas com dificuldades em obter financiamento (baixos rendimentos, situação financeira instável), que apresentam menor elasticidade face a variações da taxa de juro e por outro lado pagam as mais altas taxas de juro em comparação com a média do mercado. Um segmento arriscado mas apetecível, principalmente quando em 2 anos as taxas de juro mais que duplicaram o seu valor.

O primeiro impacto do fenómeno, que os mais rudimentares modelos de risco conseguiriam prever, foi sentido por todas as instituições que estavam expostas a este tipo de financiamento, na sua maioria dos EUA mas também de algumas entidades europeias. Até ao momento a FED e o BCE conseguiram controlar a crise procedendo ao aumento de liquidez nos mercados ou descendo as taxas de juro.

As despesas do levianismo por parte das instituições financeiras que são responsáveis pela concessão deste tipo de crédito serão avultadas. Segundo um estudo realizado pela Calyon, unidade de banca de investimento do Credit Agricole, a crise no mercado de empréstimos de alto risco nos EUA vai representar cerca de 150 mil milhões de dólares (110,37 mil milhões de euros) em perdas para os investidores em crédito em todo o mundo.

Mas o verdadeiro custo está por agora camuflado, e poderá ser substancialmente superior, caso o sub-prime seja apenas a chama de ignição para algo que, isso sim, verdadeiramente nos deverá preocupar, a possibilidade da economia Americana entrar em recessão (de acordo com Alan Greenspan a probabilidade é de 30% a 50%).

Quando o sector imobiliário apresenta um importante contributo para economia norte-americana, certamente que, um choque abrupto neste sector terá um impacto negativo, fazendo abrandar os gastos dos consumidores, o nível de investimento, e consequentemente, a evolução da economia norte-americana. De acordo com dados recentes, o número de casas no mercado americano é duas vezes superior ao habitual, o que levará a uma queda dos preços das habitações e consequentemente a uma perda de valor para todos aqueles que possuem estes activos.

Se esta crise acelerar o processo de descida dos preços no mercado norte-americano, (que à priori se antevia que acontecesse de forma suave), afectará a economia do maior consumidor Mundial e consequentemente a Economia Mundial, que continua muito dependente das exportações que conseguem fazer para os consumidores norte-americanos.

Como se esta situação não fosse por si só suficiente, o elevado défice externo norte-americano alavanca o efeito da possível recessão nos EUA, fazendo com que a economia mundial esteja ainda mais sensível ao que acontece neste país. No entanto, dadas as elevadas taxas de crescimento apresentadas por países como a China, a Índia e outras nações asiáticas, poder-se-á especular que na actualidade estas economias poderão suster os impactos da degradação da economia norte-americana, mas sobre esta evidência nada se sabe ou certo. Esta crise servirá de prova de fogo para que estas economias mostrem o seu nível de maturidade, robustez e o verdadeiro peso transfronteiriço.

A ameaça hoje veste-se de “sub-prime”, mas amanhã o fato de gala será outro, negro para cumprir a tradição, mas aí só nos resta algo, que os anjos , leia-se consumidores Norte Americanos, nos salvem.

Bolha no mercado imobiliário espanhol

O mercado espanhol, maior parceiro económico para Portugal e estratégico para o início da internacionalização das PME´s, base do tecido empresarial português, apresentou um crescimento económico impulsionado pelo consumo interno e pelo forte desenvolvimento do mercado imobiliário, contribuindo em muito para que se verificassem, na última década, taxas de crescimento do PIB bastantes superiores à média da União Europeia. No entanto, o milagre do crescimento espanhol poderá estar à beira do fim, e aí certamente a nossa economia demasiado exposta a este mercado sofrerá.

Os sucessivos aumentos da taxa directora por parte do BCE e a quebra no mercado imobiliário estão a pressionar a actividade das construtoras. Com a elevada especulação no preço das casas, as entidades que tem suportado esta corrida à aquisição de imóveis e ao desenvolvimento de milhares de empreendimentos começam progressivamente a fechar as portas, diminuindo a liquidez disponível e contraindo o sector imobiliário, o que levará certamente ao fim da bolha especulativa e consequentemente ao contágio de toda a economia.

Neste cenário o consumo privado diminuirá, diminuindo as importações de produtos portugueses, pois os espanhóis com o seu proteccionismo irão renegar em primeiro lugar aos bens produzidos no exterior. Possivelmente as exportações espanholas irão tmbém cair, o que terá repercussões no encarecimento de alguns produtos que os espanhóis colocam no nosso mercado a preços bastantes competitivos. O fluxo de investimentos irá diminuir, e também poder-se-á assistir a um impacto no sector financeiro português (20% do qual se encontra em bancos espanhóis).

Dado que o impacto do abrandamento da economia espanhola se deve à extrema dependência que Portugal apresenta pela economia vizinha, a única forma de protecção passará pela mudança da estratégia económica do Governo Português. Ao invés da política de José Sócrates “Espanha, Espanha, Espanha”, que faria todo o sentido há 10 anos, deveremos apostar mais na diversificação das nossas exportações e importações, e não recorrer ao pseudo-facilitismo das relações económicas com o país vizinho.

Deve continuar-se a apostar nos novos mercados, como o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), Angola, entre outros alvo da recente diplomacia económica Nacional. Mas podem e devem também ser explorados, mercados emergentes no norte de África; países do Médio-oriente que, com o aumento do preço do petróleo, serão bons importadores dos produtos nacionais; alguns pequenos países da Europa ( Irlanda, Islândia, Chipre e Malta) que podem ser nichos de mercado para produtos Portugueses; e países da América Latina, que têm sido desprezados, mas que as recentes relações com a Venezuela devem ser um bom exemplo das apostas a seguir.

Esta ameaça ainda não eclodiu, não preenche páginas de jornais, os mais cépticos arriscam prognósticos, os restantes não têm interesse em falar.

Endividamento da economia portuguesa

O elevado endividamento das famílias e das empresas, constitui um obstáculo à recuperação económica do País. Não são só as empresas nacionais que estão fortemente endividadas, os particulares também, mas o endividamento das empresas não financeiras é que é preocupante pois são estas a fonte de riqueza da economia nacional e a base da criação de riqueza e de geração de emprego.

O endividamento das empresas não financeiras em Portugal atingiu, em 2005, um valor correspondente a 94,1% do PIB, enquanto a média nos países da Área do Euro rondava os 65,9%. Em média as empresa não financeiras dos países da União Europeia têm assim um endividamento que é um terço inferior ao português.

Será que este elevado endividamento, é para pressionar os nossos gestores a serem mais eficientes, ou por outro lado existe um medo generalizado das empresas portuguesas serem alvo de uma oferta pública de aquisição, e por isso mais vale o endividamento cego do que perdermos a nossa pobre independência económica.

Se é este o sentimento dos empresários portugueses, só eles o poderão confessar mas, de acordo com dados do Banco de Portugal, o endividamento das nossas empresas não é realizado nos sectores com maior potencial de valorização, e que podem proporcionar um valor acrescentado superior para a nossa economia. Ou pior, verifica-se que o aumento do endividamento das empresas não é determinado pelo crescimento do investimento. É alarmante esta situação!.

A recuperação económica só é possível com a contribuição conjunta do mercado interno e das exportações, mas essencialmente através dum tecido empresarial das PME, saudável, dinâmico, inovador, que contribua para o aumento de emprego e que invista nos sectores mais produtivos ou nos quais Portugal apresenta um factor competitivo superior e não apenas através dos grandes grupos, “mega-subsidiados” pelo estado, onde, em alguns casos são dúbias as estratégias de crescimento tomadas.

Neste campo as entidades financeiras têm a sua quota parte de responsabilidade na direcção tomada pelos nossos empreendedores, promovendo o investimento em projectos que garantam com uma probabilidade elevada o retorno suficiente para pagar pelo menos o financiamento bancário, mas de preferência que sejam projectos de baixo risco, revelando a sua faceta cínica, tendo em conta o papel que apregoam como agentes para o desenvolvimento da economia. Mas não hajam ilusões, se queremos crescer, ser mais produtivos, ter empresas mais rentáveis, de acordo com os fundamentos da teoria financeira nada disto será obtido sem se correr mais risco.

Se esta situação persistir algumas empresas conseguirão sobreviver, outras não, mas poucas conseguirão crescer, prosperar e contribuir para a melhoria do ambiente económico e social do nosso país.

Enfim fica a dúvida no ar, por onde começar para fazer frente ao eixo do mal. Deveremos seguir a estratégia do nosso sábio defensor, e destronar o tirano que nós próprios criámos aliciados pelo facilitismo proporcionado pelas taxas de juro historicamente baixas. Ou deveremos esperar que ocorra uma crise profunda na nossa economia e que preferencialmente se inicie num 11 de Setembro qualquer. Não declaremos guerra imediatamente com ou sem a nação unida.

Que Deus abençoe o nosso país e a todos que o defendem.