22.12.07

As INdecisões políticas... histórias de embalar

Era uma vez no final dos anos 60 quando uma ideia interessante, visionária e polémica (como qualquer boa ideia) começa-se a desenhar num país pouco habituado a pensar estrategicamente, que não gosta de conceber planos de desenvolvimento a 20 anos, crescendo à mercê do senhor que se segue e dos seus tentáculos.

A construção de um novo aeroporto passa a ser desde então conversa "para quebrar o gelo" entre os governantes do nosso país. Uma panóplia de estudos têm sido realizados ao longo destes últimos 40 anos, várias alternativas são analisadas, as vantagens e desvantagens são exaustivamente estudadas, enfim 40 anos depois, o que se pode esperar a melhor decisão já devia ter sido encontrada.

Pois bem, o actual governo no auge da sua criatividade, e dado que o plano tecnológico é apenas e só um plano, encontra a solução para impulsionar economicamente o país, decide que está na hora de tomar uma decisão, é premente a construção do novo aeroporto. É feito o anúncio publicamente e quando todos pensávamos que enfim todas as alternativas tinham sido analisadas, e pelos vistos o governo também, com toda a pompa e circunstância é anunciado a OTA como futura localização do aeroporto.

Desde aí uma facção dos tentáculos acorda e desencadeiam um novo calvário, a final mais estudos são necessários, a OTA não parece ser a melhor solução - da qual concordo plenamente - mas o que é triste é a descredibilização do anúncio, o refúgio por parte do governo que a decisão será política, la palice uma decisão de um político é uma decisão política....Nah, pois não estamos a falar na defesa de valores da nação, do cumprimento com obrigações assumidas. A afectação de biliões de euros do bolso dos portugueses num investimento público não pode ser uma decisão política, deve ser uma decisão de um governo responsável, com exclusivo interesse na defesa do bem comum, que sirva os interesses económicos e sociais do país e da maioria dos seus cidadãos e que não seja mais um fardo que teremos que pagar.

Como pode ser política uma decisão que é suportada por 48 CD´s com estudos técnicos desenvolvidos desde à 40 anos. Só podem andar a brincar com a malta, primeiro com todos aqueles que realizaram os estudos mas acima de tudo com os portugueses, a decisão tem que ser técnica, com uma avaliação do rácio custo/benefício onde se enquadrem todos os factores desde custo de construção, impactos ambientais, ganhos turísticos e tantos outros facilmente quantificáveis.

Anunciou-se a OTA, hoje fala-se de Alcochete, Montijo, Portela+1, de mentes visionárias já li Portela + 17, enfim que de forma íntegra decidam e façam. O crescimento faz-se andando para frente ainda mais quando o caminho é fácil de desenhar, não como o governo nos quer fazer pensar.

2 comentários:

Luna disse...

bolas... sinto exatamente o mesmo! esta incompetência e atraso de vida dão-me o nervoso miudinho!

AFS disse...

Pois é e quando a incompetência vem de cima acaba por arrastar tudo e todos, é pena que assim o seja! Mas o que mete mais nojo é que num país de pessoas competentes quem nos governa quer forçosamente tornar-nos incompetentes, isto acaba de ser uma espécie de ditadura que aproveitando-se de um defeito dos portugueses, o acomodar-se às situações, acaba por nos levar neste marasmo de incompetência, dando ao governo uma maior habilidade e facilidade no exercício do seu poder.
Beijos!